quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Bonnar: ‘Até a minha família espera que eu perca para o Anderson’



Stephan Bonnar vai tentar algo que parece impossível: vencer Anderson Silva. O brasileiro reina soberano no UFC desde sua estreia, em 2006, mas o norte-americano aceitou o desafio de subir contra ele no octógono do UFC Rio, no dia 13 de outubro.

Em conferência por telefone com a imprensa brasileira, na tarde desta quarta-feira, Bonnar falou sobre os motivos pelos quais aceitou o desafio, e reconheceu que até mesmo sua família espera que ele perca para o campeão dos pesos médios, que subirá para a divisão dos meio-pesados.

“Até minha mulher e família acham que vou perder, que vou ser morto, que não tenho chance nenhuma”, disse Bonnar, disse em entrevista. “Eu sou o maior azarão da história de um main event do UFC. Espero fazer como o Matt Serra fez… Não sei como ficam as coisas se eu ganhar do Anderson”.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com o norte-americano:

O que aprendeu vendo a luta do Griffin contra o Anderson?Uma coisa que aprendi é não sair do octógono correndo, chorando.

Conversou ou pediu alguma dica ao Chael Sonnen?Não falei com o Chael Sonnen dessa vez. Embora eu pareça com o Sonnen, sou muito diferente dele.

Pretende tirar algum proveito da luta do Sonnen com o Anderson Silva, já que todos que trocaram com o Anderson se deram mal?Vou tentar buscar quedas, mas não sou wrestler puro como o Chael. Não vou tentar derrubar, não sou assim e não conseguirei mudar isso três semanas.

Se vencer no dia 13 de outubro, vai buscar a revanche na categoria até 84kg, pelo cinturão do Anderson?
Na verdade, se eu conseguisse bater esse peso, rastejaria pelas escadas do octógono e seria uma luta muito fácil para o Anderson.

O fato de aceitar a luta em cima da hora e enfrentar um lutador que ganha de todo mundo faz você entrar sem pressão alguma?Eu sou o maior azarão da história de um main event do UFC. Espero fazer como o Matt Serra fez.

Quais seus planos em caso de vitória ou derrota?Eu não sei, realmente não sei como ficam as coisas se eu ganhar do Anderson. Se eu fizer um bom dinheiro, terei um bom problema para mim.

Como se sente em uma situação em que todos esperam que você perca?Com certeza, até minha mulher e família acham que vou perder, que vou ser morto, que não tenho chance nenhuma.

Como é enfrentar um lutador que parece invencível?Eu não sei. O que posso fazer é treinar o mais forte que eu puder e entrar no octógono para dar o meu melhor. Quando chegar lá dentro, verei aberturas, o que funciona, mas é tudo que posso fazer.

Você vai lutar na terra de um de seus mestres, o Carlson Gracie. Será especial?Na verdade, sim. O Carlson é como uma figura paterna para mim. Era o rei de Copacabana e depois que ele morreu, fui para Las Vegas e o Sergio Penha preencheu esse vazio para ficar no meu córner.

Seu plano é lutar mais do lado de fora, esperando o ataque do Anderson?A minha vantagem não vai ser tão grande.  O Anderson usa a envergadura muito bem. No fim das contas, a diferença é pequena. Não terei vantagem, mas a desvantagem não é significativa.

Seu apelido é “Psicopata Americano”. O fato de aceitar o convite, com pouco tempo de preparo, faz jus a isso?(risos) Que loucura isso! Tenho o que pedi. Falei que queria alguém grande, de nome, e foi o que aconteceu. Tive essa chance e sou o tipo de cara que aceita as oportunidades. Recebi a proposta com pouco tempo, mas aproveitei.

Você conhece o Rio de Janeiro. O que espera da atmosfera da cidade?Fui ao Brasil dez anos atrás, para lutar contra o Lyoto. Depois, fui para o Rio, onde vivi um dos melhores dias da minha vida. Amo a cultura, os restaurantes, as churrascarias…

O que espera da torcida?O Anderson é o queridinho e a torcida vai estar a favor dele, mas vou para dar o meu máximo.

Você apostaria dinheiro em si mesmo?Primeiro, não sou muito de apostar, mas na minha última luta também era azarão. Sou supersticioso.

No ponto que você atingiu em sua carreira, existe algum medo de passar vergonha ao enfrentar o Anderson?Está brincando comigo (risos)? Estou aterrorizado, mas o medo me motiva, é ele que vai acender a luz embaixo do meu traseiro para que eu possa dar o meu melhor nas próximas semanas.

Fonte: www.tatame.com.br

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