quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Belfort e o UFC SP: ‘Objetivo é dar vitória de presente aos brasileiros’



Adaptado aos Estados Unidos, para onde se mudou recentemente,Vitor Belfort só pensa em Michael
Bisping, com quem faz a luta principal do UFC SP, dia 19 de janeiro. O “Fenômeno”, que receberá o inglês no Ginásio do Ibirapuera, voltará à cidade que o consagrou após o histórico nocaute sobre Wanderlei Silva, na primeira edição do Ultimate no país.

Em preparação na Blackzilians, o peso-médio rasgou elogios ao adversário e aprovou a ideia da criação do cinturão interino, dada pelo próprio Bisping. Sem fazer promessa à torcida, Vitor Belfort garante apenas que buscará a vitória para presentear os compatriotas e homenagear a irmã, Priscila, desaparecida em 2004, que teve o nome gravado em seu protetor bucal.

Em entrevista, o atleta canarinho disse ter estudado o jogo do oponente através dos DVDs fornecidos pela organização e se esquivou ao falar sobre a falta de punch de Bisping, que costuma ouvir essa crítica de seus desafetos.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Você e sua família se mudaram definitivamente para a Flórida. Como está a vida nos Estados Unidos?Minha vida é a mesma, amo Boca (Raton), só mudamos de local, mas continuo fazendo as mesmas coisas. Mudança é algo que tem que fazer parte da nossa vida.

Como está a preparação para a luta contra o Michael Bisping?Melhor impossível. Aqui tenho altos treinos com o (Gilbert) Durinho, Zé Mario Sperry, Rashad Evans, é só alegria. O pessoal da Blackzilians é muito bom. É um lugar fantástico, gosto muito daqui. Estou treinando muito chão, soco, chute, joelhada, cotovelada, mas sem deixar minhas raízes. Estou muito feliz com o Durinho e o Zé Mario ajustando meu Jiu-Jitsu. Venho crescendo e aprendendo cada dia mais.

O que mudou no Vitor Belfort depois que começou a treinar na Blackzilians?A cada dia de treino tento evoluir, crescer em todos os aspectos, não só como atleta, lutador, mas como pai e marido. Se eu vir que não tenho crescido, que estagnei… Hoje saí da academia e vi um senhor malhando. Ele perguntou a mim quantos anos eu achava que ele tinha. Chutei uns 70 e ele, com stents no peito, disse que tinha 82. Ver pessoas com dificuldades conseguindo seus objetivos me motiva a ir adiante. Jamais podemos nos acomodar, achar que está bom. Temos que crescer, amadurecer. A fruta para tirar da terra tem que estar madura.

Assistiu aos DVDs com as lutas do Bisping?Assisti. Ele é um lutador completo, determinado, crescente e dedicado. O Bisping tem um condicionamento físico muito bom, é forte, obstinado. Admiro muito a maneira como ele demonstra evolução, é um grande atleta. Será um grande desafio.

Que pontos fortes vê no jogo dele?O atleta pode mudar algumas coisas, mas a mecânica é a mesma. Ele gosta de berimbolo, tem um Boxe justo, entra e sai bem. Ele consegue boas quedas, tem chão afiado, gira bastante. Vou me preparar para todas as regiões fortes dele, sempre contra atacando.

O Bisping sugeriu que esta luta valesse o cinturão interino. Como viu essa ideia?Achei legal, bacana, mas meu foco é na luta. Nunca sabemos o que o patrão vai definir, não estou preocupado. Meu foco é nos objetivos reais. Tudo que é possibilidade, deixo para os outros se preocuparem. O foco é naquilo que tenho controle e, sobre isso, não tenho. Não é má ideia, mas se acontecer bom, se não acontecer… Estou que nem atirador de elite, focado no meu alvo.

Os críticos do Bisping dizem que ele não tem punch. Você concorda?Não escuto ninguém, a não ser meus treinadores. Vai ter sempre gente achando algo. Não importa o que os outros pensam, não quero nenhuma surpresa, por isso estou focado. A realidade é que vou em busca da vitória.

O GSP colocou em dúvida a luta contra o Anderson Silva nesta semana. O Chris Weidman está machucado. O quão perto do cinturão você fica em caso de vitória?Não estou preocupado com o que o Saint Pierre ou o Anderson pensam. Minha vida não depende deles. Só penso no dia 19 de janeiro.

Você voltará a São Paulo, palco do histórico nocaute sobre Wanderlei Silva, no UFC 17.5. A cidade te inspira?Com certeza, tudo que está na minha frente me inspira, principalmente lutar para os brasileiros. Estou amarradão com o esporte do jeito que está no meu país, podendo testemunhar, fazer parte e ser um dos pilares desse momento. Não tem preço fazer o main event em São Paulo, capital dos negócios e do entretenimento. Fico muito feliz de saber que o UFC se expande mundo afora. Conto com a torcida de todos os presentes, vibrando e se divertindo com o esporte que mais cresce no mundo.

Dá para prometer algum resultado aos torcedores?O objetivo é dar a vitória de presente e o meu melhor, como tenho feito sempre em meus treinamentos, para o público brasileiro. É isso que vou fazer. Falar do resultado seria muita pretensão, mas o foco é na vitória. Se vai ser no quinto, no segundo ou no primeiro round, eu não sei. Estou indo buscar a vitória, só preciso fazer a minha parte.

Você vai entrar no octógono com um protetor bucal gravado com o nome de sua irmã, Priscila. Essa homenagem partiu de você?Não, foi uma surpresa que ganhei do meu amigo Hector. Temos parceria com o pessoal da Bioforce e ele é nosso representante aqui fora. Fiquei muito feliz e estou treinando todos os dias com o protetor.

Fonte: www.tatame.com.br

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