sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dedé: “O Aldo queria lutar, mas eu neguei”



Em entrevista, o campeão peso pena do WEC contou que a proposta foi recusada, o que acabou criando certo mal estar, uma vez que o atleta da Nova União já havia manifestado o interesse de subir de categoria em algum momento. André Pederneiras, líder da equipe no Rio de Janeiro, abriu o jogo e revelou de quem foi a decisão de rejeitar a oferta, feita dias antes da fusão entre UFC e WEC, que acabou garantindo o cinturão do Ultimate a Aldo.

Um pouco antes de a fusão entre UFC e WEC ser anunciada, foi falado de uma luta entre o José Aldo e o Kenny Florian, com o Junior subindo de peso... Vocês já estavam sabendo que haveria a fusão? Foi por isso que ofereceram a luta para o Aldo?

Eu não sabia da fusão, não fazia ideia... Fui pego de surpresa. Os empresários do Junior tiveram uma conversa com o pessoal do Ultimate, e deram a ideia de fazer uma luta entre ele, que é o terceiro do mundo peso por peso, e o quarto do mundo (Frankie Edgar, atual campeão peso leve do UFC). Como os dois eventos eram dos mesmos donos, eles acharam que fosse possível e fizeram essa proposta.

Qual foi a resposta do UFC?

Uma contra-proposta foi feita e com uma luta entre o Aldo e o Kenny Florian e o Aldo. Vieram com essa pergunta e eu fui o primeiro a negar. O Aldo lutar com um campeão do Ultimate, o quarto do mundo, é uma coisa. É o campeão do evento contra o campeão da própria organização, mas na categoria de cima. É a mesma coisa que o campeão do Ultimate no 65kg fosse lutar com o campeão do 70kg. Mas a contra-proposta deles não me foi interessante...

Porque vocês não aceitaram?

Quando vieram com o Kenny Florian, não é que ele não seja um atleta duro, eu o acho um excelente atleta, mas vem de um resultado negativo e, infelizmente para ele, nunca foi campeão do Ultimate, hoje em dia ele não aparece entre os 10 melhores do mundo peso por peso, então eu não via o porque dessa luta acontecer. Quem negou a luta fui eu, não foi mais ninguém. O Aldo queira lutar, mas quem negou fui eu por entender que essa luta não traria vantagem nenhuma, independente do Kenny Florian ser um grande lutador ou não.

Se eles me oferecessem o Sean Sherk, em uma situação dessas, talvez eu tivesse aceitado, era bem provável que tivesse aceitado. Ele era um cara que vinha de vitória e já foi campeão do evento, mas a gente acabou vetando por causa disso. Não foi por medo do outro, foi porque eu achei que não valia a pena fazer uma luta dessa. O Junior é um garoto muito novo, que vai subir de peso naturalmente, não precisa forçar nada. Acabou acontecendo, na semana seguinte, dele ser o campeão do UFC na categoria de baixo, então foi melhor ainda.

O Aldo tem dominado a categoria, e vai defender o cinturão do UFC no dia 1º de janeiro, contra o Josh Grispi. Vencendo mais essa luta, você acha que ainda tem desafios para ele no peso pena ou você acha que é um caminho natural é subir para o peso leve?

Cara, eu acho que adversário é sempre adversário, sempre vai ser duro, independente de ser o Grispi ou não. Tem grandes lutadores na categoria deles. É uma categoria que é diferente de um peso pesado, por exemplo, onde você tem atletas de 46 anos lutando bem porque o ritmo de luta é muito mais lento do que o ritmo de 70, 65kg. O número de atletas nessa categoria é infinitamente maior, então o desafio de um cara ser campeão na categoria de 65 quilos, se manter como campeão, é infinitamente maior do que um cara peso pesado porque é difícil  aparecer um peso pesado com a qualidade técnica, física, explosiva de um Cain Velasquez. Você vai encontrar uns três ou quatro, e vão ter cinquenta caras na categoria que não vão chegar a 50% do rendimento do cara, enquanto que na categoria mais leve toda hora aparece um cara muito duro. O próprio (Urijah) Faber sempre foi um cara muito duro, sempre ganhou, começaram a aparecer várias pedreiras e ele perdeu. O Miguel Torres sempre foi um cara muito duro e perdeu duas vezes seguidas.

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